A Codeba vai reativar o moinho de trigo do Porto de Ilhéus, no sul da Bahia, após 17 anos de inatividade. O processo licitatório para a cessão de uso onerosa da unidade industrial destinada ao processamento de trigo, administrada pela companhia, foi concluído na última semana, com a assinatura do contrato com a empresa Jav Indústria de Alimentos, proprietária do grupo sergipano Maratá.
O investimento previsto para a implantação e operação da unidade fabril de moagem de trigo, incluindo a aquisição de equipamentos, a construção de novos silos de armazenagem e a recuperação do ativo físico para o pleno funcionamento do moinho, que permitam a movimentação de até 120 mil toneladas por ano, é de R$130 milhões.
A área total concedida para o grupo é de 16.719 metros quadrados e o contrato para uso é de 35 anos.
Reativação
Para atingir o objetivo de reabrir o antigo moinho de trigo desativado, que possuía uma capacidade ociosa de beneficiamento de mais de 100 mil toneladas por ano, ao longo dos últimos dois anos, a Codeba realizou um intenso trabalho de prospecção de empresas em todo o país que operam no setor de beneficiamento de trigo em diversos estados do país e que pudessem se interessar em utilizar a área e as instalações físicas existentes.
“Além de resgatar uma importante atividade econômica para a região de Ilhéus e todo o estado da Bahia, a reativação do moinho possibilitará maior movimentação portuária, a geração de empregos diretos e indiretos na região, o aumento da receita do município e a atração de outros segmentos da cadeia produtiva do trigo, que poderão se instalar no entorno do Complexo Portuário de Ilhéus”, explicou o diretor José Demétrius Moura.
Segundo ele, além da receita com a importação de trigo para o beneficiamento no moinho do porto, esta boa notícia irá desenvolver economicamente o sul da Bahia, possibilitando a redução de custos para a atração e implantação futura de novas fábricas de alimentos.
O diretor-presidente da autoridade portuária da Bahia, Antonio Gobbo, ressaltou que a reativação do moinho de trigo é uma antiga reivindicação da população e uma excelente oportunidade de mercado, principalmente porque o Brasil não produz toda a quantidade de trigo utilizado para consumo interno.
Importância
“Estávamos com um equipamento desta importância parado há quase 20 anos, e o trabalho da Codeba possibilita que esta atividade industrial seja resgatada em Ilhéus, utilizando-se da infraestrutura existente de nossa propriedade”, explicou Gobbo.
A Codeba realizou no início deste ano as obras de dragagem de manutenção do porto para manter a profundidade de dez metros e acessibilidade dos navios que operam no Porto de Ilhéus.
A próxima etapa para o início das operações do Grupo Maratá para o beneficiamento do trigo é a entrega da carta de autorização da Codeba para que o grupo assuma as áreas 3 e 4 do Complexo Portuário de Ilhéus.
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