Paradas desde junho de 2023 e após longas negociações, as fábricas de fertilizantes da Bahia e de Sergipe voltarão a operar, marcando a retomada das unidades à Petrobras e o reingresso da estatal ao setor, promovendo geração de emprego e renda para a região Nordeste. A aprovação do acordo entre a estatal e a Unigel foi ratificada em reunião do conselho de administração da Petrobras nesta sexta-feira (9/5). O acordo já havia sido aprovado pela administração da Unigel no último dia 5 e a reabertura das duas fábricas.
“Conforme divulgado pela Petrobras em seu Plano de Negócios 2025-2029, a retomada de atividades da companhia nos segmentos de Fertilizantes busca capturar valor com a produção e a comercialização de produtos nitrogenados, conciliando com a cadeia de produção de óleo e gás natural e a transição energética”, afirmou a estatal, em comunicado ao mercado.
Para entrar efetivamente em vigor, o acordo será homologado pela Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (CCI). A partir daí, a transmissão da posse das fábricas de fertilizantes à Petrobras deverá ocorrer em breve e sincronizada com o processo de seleção de empresas prestadoras de serviços, que darão suporte aos trabalhos de preservação dos equipamentos que se encontram nas fábricas e realizarão demais serviços.
O acordo havia sido aprovado pelo conselho de administração da Petrobrás, por sete votos e quatro, em 17 de abril último. E voltou ao conselho de administração da companhia nesta sexta-feira, depois de aprovado também pelo conselho da Unigel no início desta semana.
A expectativa é de que as duas unidades voltem a operar a partir de outubro. Serão gerados cerca de 2,4 mil empregos diretos e indiretos nas duas fábricas, trazendo de volta quem foi transferido, chamando o pessoal aprovado no último concurso e realizando novos concursos públicos. A criação de empregos próprios da Petrobras nas duas unidades foi um dos principais pleitos da Federação Única dos Petroleiros (FUP) na Comissão Nacional de Fertilizantes (Confert) e no Grupo de Trabalho de Fertilizantes na Petrobras.
FUP
“A presença da FUP no GT visou garantir a retomada da produção nacional de fertilizantes e o imediato retorno dos trabalhadores da Petrobras, antes lotados nestas plantas industriais e transferidos compulsoriamente e de forma arbitrária – fato que desencadeou a maior crise de doença mental já registrada na companhia”, destacou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Segundo ele, a consolidação da volta da Petrobras ao setor de fertilizantes é estratégica para o abastecimento interno do insumo, a redução da dependência das importações brasileiras de fertilizantes, e a ampla efetivação do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) em curso.
“A FUP entende que a solução negociada entre a Petrobrás e o grupo Unigel no sentido de se firmar um contrato de prestação de serviços, sob a modalidade de Operação e Manutenção (O&M), foi o limite encontrado, tendo em vista que, infelizmente, hoje não existe na Petrobrás um quantitativo suficiente de trabalhadores para garantir a manutenção e a operação segura das duas fábricas, devido à saída em massa de pessoas do sistema Petrobrás nos governos anteriores”, disse a FUP, em nota.
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