Oito artesãos e duas associações de artesanato de Sergipe participam da 23ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) que acontece no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, até o dia 16 de julho. Selecionados via edital publicado pelo Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), os artesãos têm a oportunidade de comercializar seus produtos e apresentar os potenciais sergipanos para outros estados e turistas do Brasil e do mundo.
O incentivo ao artesanato tem sido uma constante na atual gestão, com ações de valorização e apoio que ultrapassam as fronteiras do estado e do país. Exemplo disso foi a visita diplomática do embaixador irlandês Seán Hoy a Sergipe, promovida pelo governo ao final do mês de junho com intuito de promover o intercâmbio cultural e comercial da renda irlandesa produzida no município de Divina Pastora.
Desta vez, em mais uma ação que promove oportunidades de renda e fortalecimento da categoria, a diretora de Artesanato da Seteem, Daiane Santana, ressalta a importância da representatividade sergipana em uma das maiores feiras de artesanato da América Latina, a Fenearte.
“A presença de um estande de Sergipe é primordial, porque estabelece uma relação de identidade local com os lojistas, com aquilo que o Brasil e o mundo gostam de comprar e levar para suas residências. Eu digo isso, porque nós temos recebido a visita de vários lojistas do país inteiro em busca de produtos sergipanos. Nós temos tido várias visitas de compradores ou de pessoas individuais que querem levar para suas residências a identidade sergipana, porque ela é única”, afirma a diretora que participa do evento.
Segundo Daiane, o artesanato sergipano apresenta singularidades que atraem a atenção de turistas da feira e se destaca não somente pelo traço ou tipologia, mas pelo manuseio, confecção e saber-fazer. “Estamos muito felizes com todo esse processo e com essas ocupações, com essa visibilidade internacional onde turistas estrangeiros tiram fotos, querem registrar, querem entender a história desses artesanatos, como eles são produzidos. Isso também agrega valor”, continua a diretora sobre o espaço ocupado pelos sergipanos durante a Fenearte.
Compromisso
Para ela, isso é resultado do trabalho e compromisso do governo, intermediado pela Seteem, para que o artesanato do estado seja uma referência a nível mundial. “Quando a gente oportuniza esses artesãos a exporem e venderem fora do estado, existe uma cadeia produtiva interna que é consolidada com a confecção desse material”, ressaltou Daiane sobre a geração de renda, valorização e visibilidade do trabalho desses artesãos.
Ela também destaca a oportunidade de conhecer a diversidade do artesanato brasileiro e entender o porquê dele impactar significativamente o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de atividades ligadas à cultura e às indústrias do Brasil.
Segundo dados do Observatório Itaú Cultural, disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020, esses setores chegaram a superar o PIB do setor automotivo. “A diversidade do artesanato brasileiro e a riqueza da identidade brasileira é muito vasta, é muito diversificada e isso torna o evento grandioso”, finalizou.
Geração de renda
Com apenas três dias de evento, os resultados da comercialização de peças artesanais na Fenearte já impactaram positivamente a renda dos artesãos sergipanos expositores. Os monumentos históricos de argila produzidos por Gilson Santos, do município de Laranjeiras, já foram todos vendidos. Para as artesãs Josefa Lima, da Barra dos Coqueiros, e Graça Sampaio, integrante da Associação das Rendeiras Independentes de Divina Pastora (Asdrin), as vendas começaram logo no primeiro dia.
“Esse é o terceiro ano que participo da feira. Está sendo espetacular a aceitação do nosso trabalho, estamos vendendo direitinho. Todos que passam por aqui parabenizam Sergipe, nosso espaço está maravilhoso”, disse Graça.
Dona Josefa, por sua vez, também ressalta as visitações ao estande de Sergipe e os elogios direcionados aos artesãos e às peças produzidas e levadas por eles. “Eu estou achando bastante visitado, apreciado. Eles estão elogiando tanto o crochê quanto o filé [tipologias dos artesanatos que produz], já fiz venda e tenho expectativa de melhorar ainda mais… Me sinto feliz, me sinto realizada. Quando a pessoa elogia seu trabalho, você fica ‘mil’”, afirmou.
Quem também teve um bom escoamento dos produtos, foi o artesão Ivo dos Santos, integrante da Associação de Desenvolvimento Comunitário Renascer da Malhadinha, do município de Poço Verde. Ele conta que já no primeiro dia, teve uma encomenda de 50 redes da linha pet, feita por uma empresária da Paraíba durante visita ao estande.
Com o grande quantitativo de encomendas, Ivo solicitou o auxílio dos 18 artesãos que trabalham na associação para produzir as peças e enviar ao evento ainda no sábado à tarde. “Como são redes pequenas, a gente consegue fazer uma produção, em média, de 15 a 20 redes por dia”, conta.
A renda extra para os artesãos tem sido fomentada com a realização de ações de incentivo ao artesanato ao longo dos últimos meses, a exemplo dos espaços de comercialização durante dos festejos juninos promovidos pelo governo de Sergipe. “Desde que a gente foi para o Arraiá do Povo, a gente tá tendo um escoamento muito grande das peças, tá vendendo muito bem, não são só aqui em Olinda”, finalizou Ivo.
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