O emprego com carteira assinada voltou a encolher em Sergipe. No mês passado, as empresas do estado contrataram 9.606 trabalhadores e demitiram outros 9.778, o que resultou num saldo negativo de 172 vagas formais. O número consta do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quinta-feira (29/6) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Este foi o segundo mês seguido de queda no emprego formal no estado. Em abril, o saldo negativo foi ainda maior: 494. Nos cinco primeiros meses do ano, porém, há um saldo positivo de 1.632 postos de trabalho.
Com o resultado de maio, o estoque de empregos formais em Sergipe alcançou 298.433.
De acordo com o levantamento, a agropecuária liderou as demissões no estado, em maio, com o fechamento de 1.027 vagas. A indústria cortou outras 76. Já o setor de serviços gerou 795 postos de trabalho. O comércio (82) e a construção (54) também registraram resultados positivos na oferta de empregos.
A Caged mostrou ainda que Aracaju liderou a geração de empregos com 674 vagas. Em sentido contrário, Capela liderou as demissões, com o corte de 1.220 postos de trabalho.
País
O Brasil registrou, no mês de maio, saldo positivo de 155.270 empregos com carteira assinada. O resultado se explica pela diferença entre os 2.000.202 de admissões e pouco mais de um 1.844.932 de desligamentos. Nos primeiros cinco meses do ano foram criados 865 mil postos de trabalho, alcançando um estoque de mais de 43 milhões de empregos formais no país.
Apesar dos números positivos, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que o resultado ficou abaixo da expectativa, que era de 180 mil empregos, por causa da política de juros altos praticada pelo Banco Central.
“O que frustrou um número ainda melhor – o número é positivo, temos de lembrar isso, 155 mil não é desprezível de saldo positivo para o mês de maio – porém as nossas previsões eram para números ainda maiores. Trabalhávamos com a previsão mínima da ordem de 180 mil empregos. E é flagrante o que leva a esse processo. É exatamente ausência de crédito e, portanto, a ausência de crédito está vinculada diretamente aos juros praticados.”
O ministro responsabilizou as autoridades monetárias não só pelo resultado abaixo do esperado como por sacrificar as contas do país.
“Eu responsabilizo as autoridades, que teriam de ter já iniciado um processo de redução dos juros do país. Os juros praticados, portanto, não se justificam. Na medida que você sacrifica, não somente empregos, está sacrificando as contas também, porque significa que a União tem de pagar mais juros. Ou seja, nós estamos queimando oportunidades de geração de emprego, queimando oportunidades de ter as contas mais saudáveis.”
Recorte estadual
O saldo positivo foi registrado em 23 dos 27 estados brasileiros, com destaque para São Paulo, com 50 mil empregos criados, seguido de Minas Gerais (26 mil), e Espírito Santo (13 mil).
As maiores perdas foram registradas em Alagoas, com saldo negativo de 8 mil empregos, e Rio Grande do Sul, menos 2,5 mil.
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