A Petrobras iniciou o processo de contratação para afretamento de dois navios-plataformas destinados ao projeto Sergipe Águas Profundas (Seap), na Bacia de Sergipe-Alagoas, a cerca de 100 km da costa. Do tipo FPSO (sistema flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo), as unidades serão estratégicas para ampliar a disponibilidade do gás nacional, além de abrir uma nova fronteira de produção na região Nordeste. A petroleira brasileira informou que a abertura das propostas será no dia 30/10.
“O projeto Sergipe Águas Profundas se destaca pelas reservas expressivas, com potencial de impulsionar a oferta de gás natural no país e reduzir nossa dependência à importação desse insumo”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. “Outra vantagem é que o gás é o combustível crucial de transição energética. Não só por sua versatilidade de aplicação – como fonte de energia para as mais diversas indústrias – e previsibilidade de entrega, mas principalmente por sua eficiência em emissões”, complementou ele.
O projeto de Sergipe terá dois módulos, cada um com um FPSO. A primeira unidade tem capacidade de produzir 120 mil barris de petróleo por dia e 10 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.
Já a segunda unidade será um pouco maior, com capacidade 120 mil barris de petróleo por dia e 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Além disso, o SEAP contará com um gasoduto de escoamento com 128 km de extensão, sendo 100 km no mar e 28 km em terra.
Nova frente de investimentos
Com volume substancial de gás, o projeto abre um novo horizonte de investimentos, trazendo uma série de oportunidades para o setor e para os estados de Sergipe e Alagoas. Além disso, vai viabilizar no país um novo marco tecnológico: a implantação de um projeto de produção em profundidade d´água acima de 2.500 metros (alcançando até 3 mil metros), incorporando inovações de última geração.
Os dois FPSO’s serão unidades afretadas e, nas suas especificações técnicas, a Petrobras utilizou soluções avançadas – como o aprimoramento no sistema de tratamento e injeção de água produzida no reservatório, além de novas tecnologias com maior eficiência na redução das emissões de gases de efeito estufa.
Sergipe Águas Profundas
Em dezembro de 2021, foi declarada a comercialidade de sete campos em águas profundas na Bacia de Sergipe-Alagoas: Agulhinha, Agulhinha Oeste, Budião, Budião Noroeste, Budião Sudeste, Cavala e Palombeta.
O projeto Seap I abrange as jazidas pertencentes aos campos de Agulhinha, Agulhinha Oeste, Cavala e Palombeta, localizados nas concessões BM-SEAL-10 e BM-SEAL-11. A Petrobras é operadora das concessões BM-SEAL-11 – com 60% de participação, em parceria com a IBV Brasil Petróleo LTDA (40%) – e BM-SEAL-10, onde detém 100% de participação.
O projeto Seap II abrange jazidas pertencentes aos campos de Budião, Budião Noroeste e Budião Sudeste, localizados nas concessões BM-SEAL-4, BM-SEAL-4A e BM-SEAL-10, respectivamente. A Petrobras é operadora das concessões BM-SEAL-4 – com 75% de participação em parceria com a ONGC Campos Limitada (25%) – e BM-SEAL-4A e BM-SEAL-10, onde detém 100% de participação.
Repercussão
O secretário de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia de Sergipe (Sedetec), Valmor Barbosa, destaca a expectativa do Governo para efetivação do Seap. “A concretização do projeto trará diversos resultados para o estado, um deles é que o gás a ser produzido em Sergipe poderá ter um custo mais competitivo, contribuindo para a atração de investimentos para o seu consumo no próprio Estado”, disse.
Leia também: Tá pesando no bolso: itens da Páscoa sobem o triplo da inflação, diz FGV