A inauguração das escolas municipais Maria Ruth Wynne Cardoso e Jornalista João Oliva Alves, ambas de educação integral, se concretizou na manhã desta sexta-feira (24/3). O prefeito Edvaldo Nogueira entregou à população dos bairros Santa Maria e 17 de Março um complexo escolar amplo e moderno, que atenderá 530 crianças e adolescentes, desde a creche até os anos finais do Ensino Fundamental. O investimento na construção das duas unidades foi de R$8,5 milhões. A inauguração das escolas integra a programação do aniversário de 168 anos de Aracaju.
“É um sonho que realizamos aqui. É um dia muito importante porque estamos inovando na educação de Aracaju e estamos fazendo um projeto piloto que espero que a gente possa implantar nas diversas escolas do município de Aracaju no decorrer do tempo, que é a escola de tempo integral. Juntamos duas escolas, uma de Ensino Infantil e uma de Ensino Fundamental. A mãe vai chegar, entregar o seu filho logo pela manhã e só virá buscar às 17h. Então, a mãe pode ir para casa, pode trabalhar, e ela sabe que o filho dela está sendo cuidado”, destacou o prefeito.
Edvaldo ressaltou a importância do modelo de ensino integral. “No primeiro horário você tem as questões da educação formal, todos vão ter as matérias formais e, no segundo horário, os meninos vão ter cultura, esporte, lazer, uma série de outras atividades que vão ajudar na complementação da educação. Esse é o modelo de escola que eu penso que temos que implantar, fazer um esforço gigantesco, trabalhar incessantemente para que a gente possa fazer com que isso chegue em todas as escolas do nosso município, do estado e do país”, defendeu.
As novas escolas
A Escola Municipal de Educação Infantil Maria Ruth Wynne Cardoso dispõe de espaços propícios para a interação mãe e filho, que estimulam o aleitamento materno no período indicado pelo Ministério da Saúde. Ao todo, 210 crianças serão atendidas na unidade. A escola é dividida em dois blocos. Um formado pelo hall, secretaria, sala de professores, direção, lactário, área para preparo de alimentos (mamadeiras e sopas), duas salas de atividades para creche, com atendimento às crianças de 0 a 11 meses, dois fraldários, sala de amamentação, solário, lavanderia, rouparia, refeitório, cozinha, despensa, varanda e pátio de serviço.
Já no segundo bloco é formado por duas salas de atividades para atendimento às crianças de 1 ano a 1 ano e 11 meses; dois sanitários infantis; duas salas de atividades para as crianças de 2 a 3 anos e 11 meses; dois solários; sala multiuso; quatro salas da pré-escola (crianças de 4 a 5 anos e 11 meses). Ao todo, serão 10 salas de aula, entre creche e pré-escola. O prédio conta, ainda, com sanitários, almoxarifado, vestiários, copa, depósitos, guarita, parque infantil, pátio coberto e um estacionamento amplo. A obra custou R$ 4,2 milhões.
Já a Escola Municipal de Ensino Fundamental Jornalista João Oliva Alves é a 1ª unidade de ensino fundamental em tempo integral da capital sergipana, com capacidade para 320 alunos. Conta com 12 salas de aula, e oferecerá atividades lúdicas, que estimulam habilidades artísticas, esportivas, científicas e culturais, por meio de laboratório de ciências e matemática; sala de vídeo, de arte, de recursos, de leitura, de apoio pedagógico e inclusivo e quadra poliesportiva coberta.
O prédio conta com uma estrutura qualificada, que supre as demandas dos estudantes e da equipe pedagógica. Além disso, foi preparado para atender as necessidades de pessoas com deficiências, a partir de todo um projeto que cumpre as normas de acessibilidade definidas pela legislação. O valor da obra é de R$ 4,2 milhões.
“As duas escolas receberam um investimento total de R$ 8,5 milhões. A primeira obra que começou foi a Emei, era verba federal, e, durante a época da pandemia, houve uma retenção de recursos. Essa obra ficou praticamente um ano sem receber recursos. Mas o prefeito decidiu fazer essa antecipação dos recursos pela Prefeitura para, posteriormente, tentar recuperar no Ministério da Educação, e já está tentando, mas foi graças à disponibilidade da Prefeitura de liberar esse recurso que foi possível completar sua obra”, afirmou o presidente da Empresa Municipal de Obras e Urbanização, Sérgio Ferrari Vargas.
Homenagens
Na solenidade, o prefeito Edvaldo Nogueira entregou aos familiares de Maria Ruth Cardoso e João Oliva Alves, que dão nome às escolas, réplicas das placas de inauguração. “São duas escolas muito bonitas e considero duas lindas e justas homenagens. Primeiro, o de Tia Ruth da Avosos, uma mulher que foi cuidadora, que minorou o sofrimento de muitos, que fez um abnegado trabalho voluntário e que, agora, terá seu nome ligado a uma escola de ensino infantil, que cuida deste primeiro momento do contato das crianças com a educação. Já a Escola João Oliva, um jornalista, um intelectual, comprometido com as causas sociais, uma honrosa homenagem. Parabéns ao prefeito”, declarou Luiz Eduardo Oliva.
Maria Ruth Cardoso, carinhosamente chamada “Tia Ruth”, nasceu em Aracaju. Teve três filhos. Começou o trabalho social em 1982, com visitas aos pacientes com câncer atendidos pelo Hospital de Cirurgia, ao lado de mais 17 amigos. Logo após, abriu as portas de sua casa para acolher pacientes oncológicos e seus familiares.
Com o crescimento da necessidade de acolhimento, fundou, em 4 de julho de 1987, a Avosos – Associação dos Voluntários a Serviço da Oncologia em Sergipe –, ainda em sua casa. Em 1988, a instituição conquistou a primeira sede oficial. Sob o slogan “O Amor Cura”, a instituição reúne, atualmente, 140 colaboradores, inspirados pelas orientações de sua fundadora. Tia Ruth faleceu em 2018.
O jornalista, radialista, escritor e acadêmico João Oliva Alves completaria, no dia 29 de dezembro do ano passado, se vivo estivesse, 100 anos. Foi um dos homens mais importantes da história da mídia em Sergipe. De Riachão do Dantas, veio para a capital e logo foi trabalhar na Gazeta de Sergipe, escrevendo artigos e editoriais. Depois se transferiu para o Jornal A Cruzada, onde foi diretor. Exerceu também o jornalismo político e foi secretário de Imprensa do governador João Seixas Dória.
Quando houve o golpe militar, em 1964, João foi uma figura central, posicionando-se contra a ditadura – sendo, por isso, deposto do governo. Além de jornalista, foi também um escritor muito qualificado e um poeta refinado, alcançando o posto de membro da Academia Sergipana de Letras. Deixou onze filhos.
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